Tudo é um remix

Encontrei esse vídeo (no site http://www.ideafixa.com/) onde se expõe o pensamento de que tudo o que é “criado” vem de outra “criação”, e tudo não passa de remix e mais remix. Vamos desenrolar essa ideia. 

Nas artes, publicidade e design é comum nomear o profissional como alguém criativo, tanto que em agências de publicidade há uma categoria chamada de “criação” _ profissionais que desenvolvem os produtos, que tem as ideias. Então, até aceito culturalmente a nomenclatura, mas não concordo que um ser humano seja capaz de criar qualquer coisa.
O único ser capaz de criar, no total sentido da palavra, é Deus. Como diz no primeiro verso de Genesis: Bereshit bara Elohim et hashamayim ve’et ha’arets. (Traduzindo:  No princípio criou Deus os céus e a terra. ). A expressão “bara” (criar) é atribuída unicamente a Deus e significa “Criar do nada”. Para mim, este é o verdadeiro ato criador, criar sem precisar de matéria primaria, e com certeza nenhum ser humano pode fazer isso. 
Acredito que Marcel Duchamp pensava mais ou menos assim também. Duchamp afirmava que todas as obras de arte não passam de ready-mades assistidos, visto que mesmo uma pintura se faz com tinta que vem de algum lugar que não da criação do artista. 
O que fazemos é manipular objetos e materiais, é dar uma nova função, em síntese fazer um remix. Antes de escrever sobre algum assunto é necessário absorver informações, processá-las para só então desenvolver algo novo. Então me pergunto, não serviria a mesma ideia para as artes visuais? Acredito que sim, mas então porque muitos se preocupam em ser originais se nem conhecem o que já existe? Fica aqui uma reflexão sobre os sentidos das palavras: originalidade, cópia e inspiração e quais são suas fronteiras.
 
Quem quer ir mais além no conceito, siga as palavras de Picasso: “Bons artistas copiam, grandes artistas roubam”.

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