10 Artistas Alemães Vivos Mais Caros

Sou inegavelmente fã da arte e dos artistas alemães. A essência da arte alemã sempre foi de cunho romântico, intensa e até agressiva, tal como a natureza humana. Desde Albrecht Dürer, passando pelo ícone do romantismo Caspar David Friedrich e até mesmo os artistas do “Blaue Reiter” e “Die Brücke“, todos desaguam na efervescência que é a arte alemã de nossos dias. 

Abaixo encontram-se os 10 artistas alemães vivos mais caros do mundo. A cotação dos trabalhos destes grandes mestres é extraordinária, quem me dera estar nesta lista. Fica aqui mais uma prova da falsa afirmação de que um artista só tem valor depois de morto. Estes estão bem vivinhos e cheios da grana.
Confira:

1. Gerhard Richter


O domínio de Richter no mercado alemão é quase inimaginável. Ao analisar uma lista dos 500 melhores resultados conquistados por um artista vivo do país, poucos outros nomes aparecem. Por outro lado, o artista revolucionou quase sozinho a pintura na Europa do pós-guerra, atacando tanto a figuração “borrada” quanto a abstração feita com rolo com igual avidez. 
As pinturas de Richter estão nos 53 primeiros lugares atingidos por lotes alemães, 33 dos quais ultrapassaram a marca dos US$ 10 milhões. Ele é o único artista alemão vivo a passar dos oito dígitos. A sua obra “Domplatz, Mailand (Cathedral Square, Milan)”, de 1968, está em primeiro lugar. Ela foi vendida por US$ 37,1 milhões no leilão de arte contemporânea de maio de 2013 da Sotheby’s.

2. Georg Baselitz

Contemporâneo (e às vezes rival) de Richter, Baselitz possui uma obra mais interdisciplinar do que o seu colega mais lucrativo. Baselitz é conhecido por seus retratos sexualizados, onde as pessoas frequentemente aparecem de cabeça para baixo, e por esculturas toscas, entalhadas em enormes toras de madeira com uma serra elétrica. Ultimamente, entretanto, ele ficou mais conhecido por sua misoginia, ao dizer à Der Spiegel em 2013 que as mulheres não sabem pintar. Seu maior valor em leilão foi alcançado com a pintura “Spekulatius” (1964), vendida por US$ 5,1 milhões na Sotheby’s de Londres em junho de 2011.

3. Andreas Gursky

Apesar da pintura dominar firmemente os corações (e as carteiras) da maioria dos colecionadores, Andreas Gursky conseguiu valores sem precedentes no mercado para um fotógrafo. Ele não só alcançou o posto de terceiro artista alemão vivo mais caro com a obra “Rhein II”, de 1999, vendida por US$ 4,3 milhões, como atingiu o maior recorde de uma obra fotográfica como um todo. Como em boa parte da obra de Gursky, a fotografia se insere na tradição alemã do “informel”, com o uso de padrões geométricos – nesse caso, a grama, uma estreita rua, o rio Reno, a outra margem do rio e o céu – sem obscurecer o tema.

4. Thomas Schütte

Não muito atrás de Gursky, temos a escultura de alumínio de 2,5 metros de Schütte, intitulada “Grosse Geist No. 16” (2000), vendida por US$ 4,1 milhões no leilão de novembro de 2010 da Phillips de Pury, em Nova York – colocando-o em quarto lugar no nosso ranking. A obra é uma de três matizes, todas criadas em aço e bronze polido. Aluno de Gerhard Richter, Schütte faz desde pequenas obras em papel a instalações e monumentos gigantescos.





5. Anselm Kiefer

Dos dez artistas no Top 10, a obra de Kiefer é talvez a que lida mais diretamente com o passado negro do país. Nascido meses antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o seu trabalho é um mergulho profundo na consciência do pós-guerra e tenta acertar contas com os horrores cometidos pela geração de seus pais. Mesmo assim, surpreendentemente, ele é um dos dois únicos artistas da nossa lista que não moram mais na Alemanha, tendo preferido fixar residência em Paris. 

O valor mais alto obtido em leilão por uma obra de Kiefer é “Dem Unbekannten Maler” (1983), vendida por US$ 3,5 milhões na Christie’s de Nova York, no leilão de arte contemporânea e do pós guerra de maio de 2011. A tela é uma das três com o mesmo título, que Kiefer pintou entre 1982 e 1983. Sua versão em acrílico e goma-laca foi vendida por US$ 678 mil na Sotheby’s de Londres em junho de 2006, enquanto a versão em aquarela foi vendida pela casa de Nova York em 1990 por US$ 77 mil.


6. Neo Rauch

O mercado para Neo Rauch atingiu um novo pico em fevereiro último na Christie’s de Londres com “Platz” (2000), atingindo a cifra de US$ 1,7 milhão. A obra, que exemplifica a sua mistura de realismo socialista com tropos surrealistas, foi comprada em 2000 durante uma exposição da galeria Eigen+Art, de Berlim e Leipzig, que há muito tempo patrocina o trabalho do artista. 

Dica: se você por acaso passar pela cidade natal dele, Aschersleben, visite a sua recém-criada Grafikstiftung (Fundação da Gravura) onde ele exibe uma edição de todas as suas gravuras.

7. Günter Uecker  

O único membro do Grupo Zero em nossa lista, o mercado para as primeiras obras do artista de Dusseldorf teve uma valorização tão grande que recentemente o artista passou a assumir mais controle das suas obras dos anos 50 e 60 (pelo menos aquelas que ainda estão em seu ainda notável acervo). A sua obra “Haar der Nymphen”, de 1964, foi vendida em fevereiro de 2010 na Sotheby’s de Londres por US$ 1,2 milhão. 
O trabalho é exemplar das mais famosas séries de Uecker, onde ele usa centenas de pregos para formar painéis abstratos, geralmente em composições circulares.

 


























8. Thomas Struth

O segundo fotógrafo a entrar na nossa lista, Struth foi recentemente notado por suas fotografias intrincadas e detalhadas de objetos tecnológicos. Mas são os seus trabalhos mais antigos, reminiscentes do olhar impassível dos seus professores Bernd e Hilla Becher que fazem mais o gosto do mercado. O lote mais caro, “Pantheon, Rome” foi fotografado em 1990 e impresso em 1992. Foi vendido por US$ 1,2 milhão na Sotheby’s de Londres em junho de 2013. A obra é notável por seu foco suave como uma pintura e pelos mínimos contrastes – essa última característica sendo a marca da técnica de Struth até os dias de hoje.

 



















9. Rosemarie Trockel

Sem duvida alavancada pela grande retrospectiva de sua obra no New Museum de Nova York em 2012, a única mulher em nossa lista viu uma sólida valorização do seu mercado nos últimos anos. Em fevereiro último, durante uma onda de boas vendas nos leilões londrinos, a obra de Trockel “O.T. (Made in Western Germany)” (1987) foi adquirida por US$ 1,1 milhão. A obra havia sido vendida na feira Art Basel 2012 por US$ 1 milhão.

10. Albert Oehlen

Uma lista dos mais valiosos artistas contemporâneos alemães não estaria completa sem um membro da Neue Wilde, que revitalizou a pintura do país nos anos 80. Parceiro constante do finado Martin Kippenberger, Oehlen tem uma abordagem mais centrada no processo, com suas pinturas abstratas fortemente gestuais. 

Na Sotheby’s de Nova York, em maio de 2012, uma obra rara e sem título de Oehlen de 1994 ultrapassou largamente o valor inicial de US$ 500 mil e foi vendida por US$ 722 mil.

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