Cultura e Diversão I

Não sou nenhum revoltado, mas ultimamente ando pensando muito sobre os valores morais de nossa sociedade e sinceramente estou ficando enojado com essa realidade.


O carnaval carioca movimenta em torno de 1 bilhão por ano. A grande negociação desse ano foi a contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo. Após uma acirrada disputa de times ele conquistou, além do repúdio dos gremistas, um salário que gira em torno de R$1 milhão.

Diante dessa situação fica claro onde está o interesse da nação: Diversão. E pra isso paga-se bem.
Por mais que o ministério da cultura disponha de recursos consideráveis, isso parece não atingir a população massiva, devido em grande parte a enorme burocracia para se conseguir algum auxílio. Mas os exemplos aqui citados são de ações privadas, de empresas que fornecem o que o povo quer, pois assim terá lucro certo. 

A pergunta é a seguinte, o povo sabe o que quer? Sabemos que a tendência natural é do menor esforço. Quem vai querer estudar em uma sociedade que não dá valor para isso (entendo por sociedade o próprio povo, eu e você)?

Convenhamos que diversão é uma boa pedida e um bem necessário, mas a vida não é feita só disso, precisamos ter consciência que a informação e a cultura também são fundamentais pois são eles que nos fazem perceber a vida além do horizonte. É através da cultura que deixamos de ser manipuláveis para perceber a realidade por nós mesmos.

É desanimador para quem pretende desenvolver-se culturalmente, pois é claro que este será um em milhões, e isso não é exagero. Pare ao lado de alguém que está conversando e dificilmente ouvirá comentários sobre alguma peça teatral que viu, museu que foi, ou algo que não esteja relacionado à vida alheia ou futebol, alias você já equalizou o equilíbrio entre diversão e informação que a TV divulga? No horário do meio dia, metade do tempo é de noticias variadas e outra metade, no mínimo, é sobre exclusivamente futebol (como se não existissem outros esportes).

Enfim acabou-se o império romano, mas o pão e circo ainda funcionam e ainda caímos nessa. Só resta aos poucos interessados em algo mais da vida remar contra a maré, é difícil, mas não impossível. Se você é um destes poucos, boa sorte!

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