Caderno de viagem do documentário Valentin Adamovich III

08 de setembro – destino: São Paulo das Missões e Roque Gonzales.

Partimos de Santo Ângelo e pegamos a estrada em busca do altar descrito por D. Clarina (descrito no post anterior). Seguimos rumo a São Paulo das Missões. Segundo o Sr. Henz o altar se encontrava em uma vila do interior, a qual não fazíamos idéia de onde era, mas como quem tem boca vai a Roma, isto não parecia ser problema. Após o breve desjejum da equipe na cidade, o qual não participei devido a minha ansiedade perturbante, partimos para a vila designada. Avistamos da estrada a igreja local, como nos haviam descrito na cidade de São Paulo das Missões.
A Igreja estava fechada então vimos uma casa aberta logo a frente da igreja e fomos lá para obter informações. Felizmente o morador era o responsável pela igreja e de cara tirou minhas dúvidas ao exclamar:
– Temos que mantê-la fechada porque tem ouro no altar desta igreja.
Dei-me por satisfeito – encontramos o altar.
Entramos na igreja e sua visão batia detalhadamente com a descrição de D. Clarina. Em estilo gótico o altar é imponente, claro que suas dimensões são menores que o altar central de Cerro Largo, de onde pertencia, mas mesmo assim é grandioso e rico em detalhes. Chama-nos atenção dois dragões, revestidos de ouro, postos simetricamente as laterais, além da maestria artesanal que torna esta obra cativante. Fiquei imaginando o quanto este altar, aliado ao central de Cerro Largo, enchiam a igreja com sua suntuosidade.
Após encher os olhos com esta obra, e claro, capturarmos as imagens para o documentário, fomos convidados por nosso anfitrião a conhecer os espaços de lazer criados aos fundos da igreja e, então, sob uma garoa fina partimos rumo a nosso novo destino: Roque Gonzales.
Chegamos em Roque Gonzales perto do meio dia, como tudo estava fechado, fomos almoçar. As 13h30 já estávamos a frente da Casa de Cultura Nelson Hoffmann quando chegou a Srª Hoffmann, filha do escritor Nelson Hoffmann (escritor e historiador, o qual gentilmente nos presenteou com seu livro “Terra de Nheçu”, desenvolve em parceria com outros companheiros o movimento Nheçuano – /mais informações no site: http://www.nhecuanos.com.br/ ).
Inês gentilmente nos levou a casa de seu pai, onde mais uma vez encontramos uma pessoa invejável intelectual e culturalmente.
O sr Hoffmann nos contou como no período da segunda guerra mundial os imigrantes alemães ou descendentes eram perseguidos apenas pelo fato de falar sua língua natal, fato este que nos transporta a perseguição sofrida por Adamovich em São Luiz Gonzaga. Também nos contou da existência de uma marcenaria onde eram confeccionadas imagens e obras sacras por alguém que não era da família dos donos da empresa no período em que Adamovich espalhava suas obras pela região. E agora? seria essa pessoa o próprio Adamovich?
Para esta nova questão o Sr Hoffmann nos indicou outra fonte, mas só contarei quando tiver a resposta.
Enquanto isso, acompanhe nossos posts.

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