Arte – Realidade, beleza ou expressão

Vamos fazer uma viagem imaginária dentro de um grande museu de arte. Pode ser o Louvre ou outro grande museu que você conheça real ou virtualmente.

Imagine-se entrando no museu quando vê aquela bela escultura: O David de Michelangelo, é tão real que parece estar vivo, Então em coro você e todos que estão a sua volta exclamam: Isso é arte! Sendo assim, arte é a capacidade e habilidade de reproduzir e copiar seres animados e inanimados com certo grau de semelhança. Quanto mais parecido e detalhado mais artistico, certo? Parece que sim.
Andando mais alguns metros você se depara com alguns trabalhos que não seguem esse caminho de representação como mencionado acima. Você vê um monte de manchas, linhas, cores, texturas e da mesma forma alguém exclama: Isso é arte! Mas como? Se arte é a capacidade de reproduzir com fidelidade, como algo que não copia nada vai ser arte? Hã! complicou! Talvez porque arte seja mais que uma copia, arte é beleza! Tanto faz se copia algo ou cria algo, o que importa é que seja belo, então é arte. Isso sim faz sentido.
Seguindo por salas e anexos você olha para o lado e vê um quadro todo lambuzado, cheio de objetos jogados, parece sujo, malfeito e diz: Eu faria melhor! Mas então você ouve o guia do museu dizendo que aquele trabalho é uma grande obra de arte. E agora? Mas esse negócio feioso é arte? Como isso? Arte não é beleza? Isso não é belo! Alguém está errado nessa história: o museu e o guia ou eu e minha compreensão do que é arte. Então você pensa: Pode ser que alguém ache aquele negócio belo e pra ele é arte, mas pra mim não. Mas isso também não faz sentido, arte tem que ser arte para todos, E agora? Talvez arte seja apenas expressão. Cada um se expressa de um jeito, outros inventando imagens que transmitem uma mensagem. O que importa é expressar sentimentos Pode ser isso!
No mesmo espaço você olha para o lado e vê uma tábua escorada na parede. Mas o que é isso, estão de reforma? Isso está atrapalhando! Então lá vem o guia e diz que aquilo é uma obra de arte minimalista.  Mas isso não expressa nada, não é bela e nem representa nada, é só uma tábua. Que desilusão, arte é coisa de maluco mesmo. Você desiste de tentar entender e vai embora. Caminhando, você refaz seu percurso procurando a saída daquele ambiente agora hostil e incompreensível. Nada mais faz sentido. Arte é perda de tempo (você pensa). 
Em uma ultima olhada para o corredor repleto de trabalhos você nota que tudo aquilo é fruto de séculos e até milênios da ação humana e vem a sua mente a seguinte questão: Se arte é fruto da capacidade criativa humana. como eu poderia defini-la, seria como se eu colocasse um limite nela e no ser humano. Não sabemos nem dos nossos próprios limites, quanto mais da humanidade ou da arte. 
Arte rompe fronteiras, questiona valores absolutos, retoma regras e as quebra. Tudo isso é fruto de nossa capacidade de mudar, negar, questionar, e isso é simplesmente viver, Arte é vida e não há limites para como viver. Viva e faça arte sem rótulos, sem limites, apenas com moderação, é com moderação sim, mas onde? simplesmente, não sei. 

(Marco Baptista)

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